Na sociedade atual, o boom de informação nutricional, as modas e algumas opiniões menos fundamentadas acabam por “enganar o consumidor” e levá-lo a acreditar em coisas que, simplesmente, não fazem sentido.
A ciência e a investigação têm felizmente ajudado a desmistificar alguns dos mitos que vão surgindo. Estamos certos de que irá reconhecer alguns.
- O leite faz mal à saúde!
Os efeitos deste mito ainda perduram hoje em dia na sociedade. A verdade é que existem três tipos de pessoas, aquelas que conseguem digerir corretamente o leite e outros produtos lácteos, aquelas que sentem algum tipo de desconforto na sua ingestão e, uma franca minoria, que tem intolerância à lactose ou alergia à proteínas do leite de vaca. Naturalmente, as pessoas que conseguem digerir o leite devem aproveitar, pois este é um alimento riquíssimo do ponto de vista nutricional, fonte de cálcio, entre outros minerais, e com proteína de alto valor biológico.
- O glúten faz mal à saúde!
Mais recentemente o alvo passou a ser glúten e, então, todos os cereais, à exceção do milho e arroz, passaram a ganhar um enorme risco vermelho em muitas ementas. Existem relatos de inúmeros casos de distúrbios nutricionais advindos do evitamento de alimentos com glúten na composição. À exceção dos doentes celíacos ou com alergia ao glúten, não existe evidência consistente da relação de melhoria do estado geral de saúde e de patologias específicas através da cessação do consumo de Glúten.
- O óleo de coco é um superalimento!
O óleo de coco surgiu nos últimos anos como gordura de eleição. Pela sua teórica composição em triglicerídeos de cadeia média suspeitou-se da utilidade deste alimento na perda de peso, prevenção de doenças cardiovasculares, diabetes e até alzheimer. Até hoje, nada se conseguiu provar e, inclusive, o alto teor de gordura saturada que possui pode ser um fator de risco para a doença cardiovascular.
- A creatina provoca doença renal!
A doença renal e a creatina possuíam uma relação umbilical quase de causa efeito. Este suplemento, que é provavelmente dos mais bem estudados no mundo do desporto é perfeitamente seguro e eventualmente apenas poderá agravar o estado da doença renal se ela já existir de antemão. Um importante pressuposto é o seguimento das doses a suplementar prescritas por um Nutricionista.
- O consumo excessivo de proteína provoca doença renal!
Tal como a creatina, a proteína foi vítima dos mitos. Aqui com algum fundamento, pois foi encontrada associação em alguns estudos de carácter observacional. Por um lado, é certo que a maior parte dos indivíduos em países industrializados consome mais proteína que o que deveria, no entanto, não há grandes razões para alarme a não ser que essa mesma ingestão advenha de carne vermelhas (estas sim, ligadas à doença cardiovascular e renal).
- Os adoçantes provocam problemas de saúde!
Os adoçantes são também dos alvos preferidos dos meios de comunicação e dos “gurus nutricionais”. A eles foram associadas inúmeras doenças (inclusive a própria obesidade) e ainda há muita desconfiança. Se por um lado eles não são nenhuns santos nem devem ser usados de forma indiscriminada, adicionar adoçante é preferível a adicionar qualquer um outro açúcar, porque as doses utilizadas no dia-a-dia são perfeitamente seguras.
- Os hidratos de carbono engordam!
Os hidratos de carbono (HC) geralmente correspondem à maior fatia da nossa alimentação e, naturalmente, são também os macronutrientes mais fáceis de cortar. Habitualmente as dietas mais restritas em HC tendem a promover perdas de peso mais rápidas, mas uma fatia considerável desta perda de peso é à custa do glicogénio muscular e à água acoplada, o que acontece numa fase inicial. Em boa verdade, o que é importante cortar é as calorias do dia alimentar.
- O pão engorda!
O pão é também um clássico. Naturalmente quem consome vários pães por dia deve diminuir a sua quantidade, mas apenas pela dose exagerada, pois como alimento o pão é uma maravilha. Rico em fibras, hidratos de carbono complexos e vitaminas do complexo B fazem dele um alimento riquíssimo, com teor de sal reduzido (muito recentemente) e muita variedade nutricional.